CATÁLOGO VII PRÊMIO ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO
Área
DIREITOS HUMANOSProcesso
Processos de ComunicaçãoDate
2015Author
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo - 6ª Região
Metadata
Show full item recordAbstract
Bispo do Rosário. Não se sabe ao certo a origem deste sobrenome, mas não poderia ser mais adequado ao interno que passou
praticamente 50 anos na Colônia Juliano Moreira, instituição manicomial localizada em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Arthur Bispo
do Rosário foi diagnosticado em 1939 como esquizofrênico paranoico e passou boa parte de sua vida em um delírio místico, no qual
via-se como o próprio Jesus Cristo.
Dentro deste mundo, para onde escorregou aos 29 anos, desde o início uma voz lhe dava instruções para que ordenasse e catalogasse
as coisas que havia sobre a terra, até o dia do juízo final, em que tudo se acabaria e ele subiria aos céus, erguido por anjos. No dia
em que pela primeira vez foi recolhido a um manicômio, 24 de dezembro de 1938, Bispo do Rosário era conduzido por um séquito
de sete anjos em um cortejo pelo centro do Rio de Janeiro.
A urgência em reordenar e representar tudo quanto houvesse no mundo ocupou dias e noites de Arthur Bispo do Rosário ao longo
das cinco décadas seguintes. E foi seu combustível para enfrentar as adversidades e o sofrimento psíquico. Respeitado pelos funcionários
e internos da Colônia Juliano Moreira, onde também era chamado de “xerife” (por auxiliar os enfermeiros e funcionários em
tarefas como ordenar as filas das refeições ou mesmo na medicação de outros internos), Bispo antecipou a terapia ocupacional
implantada pela psiquiatra Nise da Silveira na década de 40, produzindo freneticamente com o que tinha à mão. Quando sentia que
as crises de esquizofrenia se aproximavam, pedia para ser trancado em sua cela-forte, e ali ficava, muitas vezes ao longo de meses.(Continua na versão digital) O SEGUNDO ANEXO É A VERSÃO PARA IMPRESSÃO GRÁFICA.
Collections
- Fotografia [21]